sábado, 21 de julho de 2007

A Mula sabe quem é a King of Spades...

Fosse vivo o Max e estaríamos a conversar de outra coisa.

A Mula de que falo não é - estritamente - a da Cooperativa, embora o conceito de cooperação não ande longe do conceito alargado de peer-to-peer.

É claro que esta mula não é mais do que o E-Mule, a mítica mula electrónica que tem levado, em grandes e quase infinitos alforges, música e outras coisas a todas as partes do mundo. Não deve ser uma mula pirata porque os piratas têm uma pala no olho e esta mula tem duas.

------- NOTA LEGAL -------
A King Of Spades Blues Band declara, para fazer fé perante as autoridades competentes, que não advoga a legalidade do conceito (nem a ilegalidade do mesmo, já agora). Sabemos que tais aplicações existem e não fazemos uso delas outro uso que o do trânsito de ficheiros pessoais de trabalho. Mai nada...

--- FIM DE NOTA LEGAL ---


Espantoso foi, ao fazer circular mais um ficheiro pessoal de trabalho entre os elementos da trupe e numa pesquisa inocente, descobrir que existem músicas nossas perdidas nos confins da Web. Hoochie Coochie Man, Dust My Broom (em estúdio) e a versão ao vivo do RoadHouse Blues, para além da maquete de 2006.

Pensava que eram só as bandas mais reputadas que viam as suas músicas "publicadas". Pelos vistos as coisas já chegaram às bandas que - não obstante serem de inatacável qualidade - ainda andam mais ou menos pelo anonimato.

A declaração oficial, para os nossos mais devotos fãs, sobre este tema é: Boa!

Sines - The long and winding road...

... o título é só para despistar: de Lisboa a Sines é sempre a direito e nem é longe.

A viagem faz-se bem, ainda que sem a bucólica paisagem de outros tempos, e um muito alentejanamente apropriado é já ali aplica-se sem discussões de maior.

Foi a nossa segunda visita musical à terra do navegador e - pela segunda vez - valeu bem a pena. Quase choveu, de tanta maresia, ficámos ensopados, à beira de um ataque de espirros e em estado pré-pneumónico.

Pouco importa. São poucas as estirpes de bacilos que resistem ao mais famoso dos antibióticos: sardinhas e vinho tinto [aposto que "sardinhas e vinho tinto", em latim, se parece com o nome científico de um antibiótico qualquer..].

Ao mesmo tempo são muito poucas as coisas que nos incomodam verdadeiramente quando somos bem recebidos. E fomos: pelo público, pela organização, pelos passantes, pelos turistas - mesmo os mais alheados do que se estava a passar - e pela população sineense em geral, mesmo os mais habituados a "essas coisas da música".

Não só pelo impacto do FMM, que decorre a partir de hoje, mas também pela multiplicidade de eventos musicais (e de eventos musicados) que organiza ao longo do ano, a capital do Litoral Alentejano começa a arriscar-se a ser nomeada "Capital da Música em Portugal".

Tivemos mais uma vez a honra e o prazer, por esta ordem, de fazer parte desse percurso.

Nem que fosse como cura da constipação diria que, o Doutor King recomenda que se repita amiúde a terapia: Sines, sempre, 3 vezes ao dia.

Ou apenas "sempre", sempre que for possível.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Blues é... (Parte 2)

... um monte de coisas diferentes. Aprecio a diversidade, dá-nos - de certa forma - legitimidade para tocarmos à nossa maneira.

Fiz uma breve pesquisa. Blues podem ser:


African blues ou Atlanta blues. Do outro lado do mar: British blues. Mais urbano, Chicago blues ou Detroit blues. Também há East Coast blues, Kansas City blues e os pantanosos Louisiana blues. Há os Memphis blues, New Orleans blues, Piedmont blues e St. Louis blues. Ainda há a variante Swamp blues que é - por mais razões do que é razoável enunciar - diferente do Lousiana blues. O Stevie Ray tocava Texas blues. Outros dedicaram-se aos West Coast blues.

Por fim, os que nós gostamos mais, os King Of Spades blues. Os nossos, que não são mais do que a nossa interpretação sobre todas estas formas de tocar blues.

E se, por mero acaso ou erro digital (sim, que os dedos também falham) os tocarmos mesmo muito mal, ainda nos sobra um género para nos desculparmos. Não é blues...


É Free Jazz...




segunda-feira, 2 de julho de 2007

No Hips é que é...

.. a nova segunda-casa da King Of Spades Blues Band está com noites cada vez mais quentes!

O último sábado, passado na fonte da cerveja da Visconde da Luz, foi antológico.

Começou, como quase todas as coisas gloriosas, mal. Mesmo muito mal.

Ainda a noite não tinha arrefecido dos primeiros calores e odores do Verão e já a hiper-mega-re-eficiente Policía Municipal tinha dado um ar de sua graça.

Um ar ou falta dele uma vez que, disseram, fazíamos - logo no check-sound - "barulho a mais".

Ficarão no nosso coração por nos terem forçado a fechar portas e janelas numa noite mais quente que muitos dias no Arizona.

Ainda assim, do príncipio ao fim, o fantástico público não esmoreceu uma única vez, apoiando nas cantorias na medida em que a natural - e necessária - hidratação ia decorrendo.

A noite foi ainda melhor porque descobrimos, ali - mesmo no meio do público entusiasta - um dos membros fundadores da mais antiga banda de blues portuguesa. Falo de João Esteves, da Go Graal Blues Band, que já andava por cá a ensinar o que são afinal os blues, nos longínquos anos 70.

É claro que o convidámos para tocar uma música connosco e o João, não sem certamente pensar se valia a pena alinhar com "aprendizes", aceitou - para nosso gáudio (e para desespero do Nuno, que ficou sem guitarra que lhe servisse, para contracenar com um dos mais respeitados guitarristas de blues da nossa praça).

Tocou-lhe o "The Sky Is Crying" e tocou-a muito bem e com mestria, como é natural.

Foi, em resumo, uma noite longa e inesquecível, em todos os aspectos. Para repetir, em podendo.

Nota: Por estarmos todos tão empenhados na música, esquecemo-nos de tirar fotografias desta noite tão memorável. Se alguem tiver fotos envie-as, por favor, para o nosso endereço de correio.